segunda-feira, 27 de setembro de 2010

O NAVEGANTE .ARADIA FORTUNATO.

O NAVEGANTE

O navegante ardente, marinheiro carente,
Despojado do nada, procura a razão para subir o rio da encarnação.
Usas o assobio, verde os prados da encarnação,
Robusto como troncos, era o navegante.
Mora no cinzeiro dos deuses, não procura nada,
A não ser o rio da encarnação.
Ele não é dono de nada, nem do perdão.
Ele é o carniceiro da salvação,
Fiel motorista do rio da encarnação.
Ele é o senhor das Ninfas e das Sereias de concha prateada.
Ele dá-te a sua mão em troca de salvação,
Tu dás-lhe a suave encarnação.


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Aradia fortunato.EVER AND EVER.

DEUSA DOS VASTOS PRADOS. ARADIA FORTUNATO.


Poemas -> Esperança : DEUSA DOS VASTOS PRADOS.

DEUSA DOS VASTOS PRADOS

Senhora do corcel de ouro,
Verdes e românticas como andorinhas primaveris,
Andaluza dos olhos pardos,
Perene e cheia de vida.
Quem diria que serias minha um dia
Perfeita sereia do norte,
Fiadeira dos trapos das parcas
Mão do destino tão gélido como os ventos do Norte,
A quem amas tu senhora lunar e amante?
Corrompida pela vida, destruída pela morte fortuita
Serena como o lago, maça e folha da arvore entanda,
Frágil lírio do sol, abençoada ventos turqueses
A quem amas tu senhora minha
Vossa língua e do ouro mais fino,
Da vastidão de Júpiter,
Encanta com vossa voz, perecem todos os lírios,
Por amor e por desdém lavas e cogumelos,
Das orbitas de tais perversas mulheres saltaram,
E se perderam num mar de lágrimas enevoado.
Tecida pelas teias da vida, marinheira das águas insalubres,
Senhora do desconhecido, mãe dos Anjos,
Senhora dos verdes prados,
Alma encantada, jovial e sadia.
Senhora dos odores primaveris,
Deusa das colheitas, abençoada seja a vossa beleza,
Que tudo leva, tudo traga.
Verdes como esmeraldas eram vossos vestidos,
Cobertas de folhas ouro, teias de prata
Tecidos pelos ventos de Iansã.
Cavaleira temida, sagaz com a vida.
Branda rainha, amante singular,
Nobre dama escolhida pelo destino
A anciã dos velhos tempos já morreu,
A jovem pereceu, a crueldade minou,
O que o coração tão vasto amou.
Os ventos sussurram Leroim, Leroim, Leroim,
Graciosa, abençoada, divina, consagrada,
Que vida, feiticeira sagrada tinhas,
Consagrada, ao desdém do nobre espectro,
O que era belo já morreu!
A noite já pereceu, o galo já cantou
E este homem já amou a senhora dos verdes prados,
E a todos desarmou,
Como ventos de Afrodite, quentes flores de flora,
Negros prados de Ceridwen,
A todos a morte já tragou.


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Aradia fortunato

TENTAÇÃO .ARADIA FORTUNATO.

TENTAÇÃO

Tentação, ardente paixão, diz-me que me amas por um milhão de anos
Oh adorado deus da tentação,
Amante carnal, toca-me com fogo, lava, saudade da doce tentação.
Deus sem perdão, que dominas a minha paixão
Salvador das almas com ardor
Jóia e veludo e salvação.
Toca-me, despe-me, possui-me, ama-me,
Deus da minha tentação.
Serenata de ardor, amar de prazeres sem salvação,
Destruidor e carente sem ardor do meu coração.
Guerreiro carnal, sedento das trovoadas da minha salvação.
Oh deus da doce tentação, não choro mais por perdão.
Não procura a insanidade, apenas a paixão
Deus da minha cruel paixão.
Ama-me durante milhões, dança a dança das fadas e satíricos.
Meu Pan abençoado, animal carnal,
Tua carne na minha carne, esta é a minha tentação,
Oh deus da minha tentação.


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Aradia fortunato

SINOS DA NOITE .ARADIA FORTUNATO.


SINOS DA NOITE

Os sinos do amor já tocaram, nessa vastidão de Isis,
As colheitas de trigo já começaram,
Vai nevar ouro branco em nossos olhos,
Os sinos de prata já tocaram a dança dos ventos,
E acordaram Aine Rainha das Fadas.
Rubro lábios carmim, bebem sangue por mim.
O sangue das papoilas quentes,
E dançam todas em circulo em volta dos girassóis,
A Oeste já chegou Primavera, porque choras nuvem da encosta?
Talhados pela mãos dos sinos do amor,
Continuam a tocar, não o amor, mas lembrança de quem já amou,
Se apaixonou e já casou.
Só eles tocam pela noite de prata enevoada,
Onde o grilo não mais canta, o mocho pia,
O homem soluça e a Lua já se desnuda.


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Aradia fortunato

DOÇE LUA. ARADIA FORTUNATO.

DOCE LUA

Doce lua, incoerente ferida pelo tempo,
Doce mãe do céu, marte mal malhado,
Prateada relógio dos meus antepassados,
Deusa branca da lua, teu corpo o universo,
Teus lábios os buracos negros.
Teus olhos as Nebei nas neblinas cósmicas.
Sereia voadora, do arco estelar,
Tuas lágrimas os meteoritos,
Tuas entranhas os planetas,
Doce Lua, mãe divina, teu rosto a graça divina.
Chuva de prata arco-íris das Deusas,
Deusa branca da Lua prateada.



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Aradia fortunato

FRUTA PROIBIDA .
Fruta sumarenta como cachos de uva de prata,
Somos como sangue e vinho ardente e sal em ebulição,
Forno do amor, fruta do perdão, doce tentação,
Laranja amarga, coração de gente amarga.
Doce de melão, amor duvidoso,
Gila, fartura e paixão, amor e traição, sangue e luxuria,
Ananás desgostoso de almas carentes,
Amor e morangos, amor juvenil, doces momentos.
Manga, corpos ardentes, corpos molhados, de imensidão.
Cocô a Lua paixão, feita de prata,
Amargo limão, doce e protecção
Minha carne é o sumo da vida, feita de ira e turbulência, encanto e magia.

O CADÁVER DO AMOR .ARADIA FORTUNATO.

O CADÁVER DO AMOR

Meu amor jaz morto, ceifado por Kali,
Treva fiadeira parca, abençoada,
Devolve-me o meu amor, Valquíria,
Oh guerreira espada de sabre, ensanguentada,
Pelo beijo da Morte, noiva sedutora, noiva corrompida,
Pelos males do Submundo.
Seu corpo sem vida, no leito de marfim,
Fino brocado, tocado pelo espectro,
Chora alma minha, meu amor pereceu
Tão só o vento não lhe toca mais.
A terra não fere mais, o Sol não mais sorri,
Meu amor pereceu.
Corpo de ébano, duro como aço,
Agora caminhas para a terra do verão
Onde a terra é lava do amor,
O vinho as lágrimas dos Deuses.
Leva-me entre os teus braços rei dos Elfos,
Santo injurioso, doce pecado,
Branda carne do amor, suave veneno dos Demónios.
Leva-me espectro do amor, meu coração é farinha celestial
Desfeito por mil martelos,
Sua carne cheira a rosas, suas entranhas a mirra
Seus lábios cobertos pelo do veneno do amor.
A Deusa da Morte azul, leva-me embalada no seu regaço mais que
O cheiro do açafrão, cheira a cadáver do amor.




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Aradia fortunato.